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As "raízes judaicas" do cristianismo.
As "raízes judaicas" do cristianismo.

 

As "raízes judaicas" do cristianismo.

Artigo

ENFIM…

A técnica mais recente usada pelos missionários cristãos e o clero do

cristianismo é o que chamam de

“o aprendizado sobre as raízes judaicas do

cristianismo”

. Alguém pode pensar que o cristianismo começou com os judeus

ou se desenvolveu do judaísmo. Contudo, não é isso o que significa

“as raízes

judaicas”

. As raízes do cristianismo derivadas do judaísmo são as que

estabelecem uma interpretação teológica cristã a uma cerimônia ou ritual

judaico. Então afirmam que esta interpretação teológica cristã proposta “pode

ser encontrada” em algo judaico (porque teria sido originalmente proposta pelos

judeus), demonstrando que o cristianismo veio do judaísmo. Isso é absurdo, e

demonstra as dimensões que adotam para obter assim legitimidade judaica.

UMA EXPLICAÇÃO COMPLETA:

Uma história: David tinha um jardim

absolutamente formoso. Nele ele produzia só os tomates mais perfeitos jamais

vistos! Um dia, Mateus veio e plantou pepinos à direita do meio do jardim de

David. Quando os pepinos começaram a brotar, Mateus disse a todos que os

tomates foram a raiz de seus pepinos, ou seja, que os pepinos haviam se

desenvolvido a partir dos tomates e que este resultado fazia com que -- a meta --

os tomates amadurecessem.

A história acima pode parecer ridícula, mas é exatamente o que muita gente que

ensina

“as raízes judaicas do cristianismo” realmente faz. Plantam os pepinos

cristãos, por assim dizer, no meio dos tomates judaicos, e depois afirmam que o

que plantaram ali brotou naturalmente do que ali crescia desde o principio. Em

outras palavras, colocaram uma interpretação teológica cristã em uma

cerimônia ritual judaica. Então afirmam que esta interpretação teológica cristã

proposta “foi encontrada” em algo judaico (porque foi originalmente plantada

ali pelos judeus), demonstrando que o cristianismo veio do judaísmo. Isto é

absurdo, e demonstra as dimensões que adotam para obter assim legitimidade

judaica. Deixe-me dar um exemplo:

A maioria das pessoas sabe que há três matsot (pães não-fermentados, ázimos)

na bandeja do Seder de Pessach (Páscoa judaica). A maioria das pessoas sabe

que matsá do meio é retirada e partida em dois. Um dos pedaços é escondido e

deve ser procurado novamente ao final da refeição. Quando encontrado,

simboliza o Aficomán. A matsá contém linhas e colunas de furinhos. Os cristãos

dirão que a matsá, bem como o ritual com o Aficomán, simboliza Jesus, e por

isso indicam que a teologia básica do cristianismo pode ser encontrada em

rituais judaicos. Para eles, isso demonstra as “raízes judaicas" do cristianismo.

Eles asseguram que as colunas e os furinhos representam as marcas de Jesus

depois de ser açoitado, e os furinhos representam os furos que Jesus teve pela

crucificação. Asseguram que as três matsot representam a Trindade do Pai, do

Filho, e do Espírito Santo. Por favor, note que é a matsá do meio, o “Filho” na

Trindade, que é retirado e partido (crucificado), escondido (enterrado) e levado

de volta à mesa (ressuscitado).

O problema é que isso é uma mentira absoluta. Nã havia seder, nenhuma

Hagadá, tampouco três matsot em nenhuma bandeja do seder em que Jesus

estava; sequer havia a bandeja do seder. Todos os rituais do seder vieram anos

depois que Jesus vivera. As primeiras discussões de um ritual de Pessach

descrevem somente a metade de uma matsá. Esta metade de matsá logo era

partida em dois, formando assim quatro pedaços do original; e era colocado de

lado para ser comido após a refeição. Não era ocultado, mas sim posto à vista de

todos. A idéia de ocultá-lo veio na metade do século 17 na Alemanha, como

maneira de manter as crianças interessadas no serviço religioso; uma idéia que

finalmente foi acolhida entre os judeus ao redor do mundo. A razão pela qual a

matsá tem colunas e furinhos é que é feita a máquina. Esta é que faz as colunas e

furinhos enquanto a massa passa por ela. Esta máquina foi inventada já apenas

cerca de 150 anos, me meados do século 19.

Obviamente os missionários cristãos e aqueles que desejam ver o cristianismo

como originário do judaísmo podem interpretar qualquer coisa de um modo

cristão. Mas isso não significa que o cristianismo se originou de qualquer coisa

que eles interpretem.

Um cristão pode perguntar: “Mas não é correto dizer que os cristãos vêm dos

primeiros judeus?” Sim, mas isto é inaplicável. Os primeiros Protestantes eram

Católicos Romanos. Martinho Lutero era sacerdote católico. Os católicos

romanos não consideram o cristianismo protestante como outra forma de

Catolicismo Romano.

Se lermos o livro apócrifo de Macabeus I, veremos que a primeira pessoa morta

na rebelião dos macabeus foi um judeu. Ele estava disposto a ir e sacrificar um

porco para Zeus, já que Matatias, um sacerdote, havia se recusado a fazê-lo.

Obviamente, ele tinha que ser um judeu muito assimilado. Caso tivesse

sobrevivido ao ataque de Matatias e, mais adiante, formado uma religião

dedicada à adoração de Zeus e de seus filhos metade deuses, metade humanos,

seria a sua fé recém-formada outra forma de judaísmo? Ele chamaria a nova fé

de “Judeus por Zeus”," ou de “Judeus por Zeus e Seus Filhos Metade

Humanos?” Isso significa que sua nova fé teria “raízes judaicas”. Claro que não!

Os missionários — e isso inclui os “Judeus por Jesus”, “Judeus Messiânicos",

“Judeus em Cristo”, “Cristãos Hebreus”, "Judeus Nazarenos" ou qualquer outra

denominação similar — adotam qualquer método para conseguir que um judeu

verdadeiro se converta. Tomam qualquer coisa judaica e põem nela um

simbolismo cristão. Então assegurarão que, uma vez que podem agora

encontrar simbolismo cristão neste símbolo judaico, esta é a “prova” de que o

cristianismo se originou dele, que é a fonte da teologia cristã e que os judeus são

demasiado estúpidos para não ver como a teologia cristã é aquilo que D'us quer

que vissem, acima de tudo.

Contudo, isso também pode ser feito com qualquer coisa não-judaica!

Alguém poderia fazer a mesma coisa com uma pizza. A pizza contém três

elementos básicos: pão, molho de tomate e queijo. O elemento do meio é o

molho de tomate, que é vermelho. Alguém poderia facilmente dar uma

interpretação cristã a estes três elementos que definem a pizza: Os três

ingredientes básicos da pizza representam a Trindade cristã do Pai, do Filho e

do Espírito Santo.

O pão: chamam a Jesus de “o pão da vida”. O pão é amassado. Esta imagem de

amassar o pão é igual a alguém que foi golpeado, e que poderia representar a

Jesus açoitado. A massa para fazer o pão é alisada com um instrumento que faz

os furos nela para tirar todo ar antes de ser levada ao forno. Este poderia se

comparar a Jesus, que teve seu corpo furado durante a crucificação, assim como

eles dizem sobre a matsá.

O molho de tomate: o molho é vermelho como o sangue de Jesus e é espalhado

sobre a massa da pizza como o sangue de um sacrifício colocado sobre um altar.

O queijo: O queijo cobre o resto, como a morte de Jesus que cobriu os pecados

das pessoas.

Do que lemos acima, podemos ver facilmente como qualquer coisa, até uma

pizza, pode ser utilizada para simbolizar a Jesus. Fica a pergunta: este meio que

o simbolismo encontrou na pizza indica que as raízes da pizza vêm do

Cristianismo? Não responda, pense...

Não há raízes judaicas no cristianismo, porque a teologia em que se baseia não

condiz com a ética do que é dito na Bíblia Hebraica, e são diametralmente

opostas ao que se crê no judaísmo.

* Artigo de autoria do Rabino Stuart Federow, reproduzido aqui com

autorização. Tradução de colaborador anônimo.