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Zacarias 12
Zacarias 12


עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

“Olharão para Mim a quem

traspassaram”

(Zacarias 12:10)

A quem se refere?

“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém

derramarei o espírito de graça e de súplicas”

בני נוח

Bnei Noach International

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Para que possamos entender esta passagem, não devemos isolá-la do seu

contexto, pois é exatamente isso que sempre fizeram (e ainda fazem) aqueles

que são mal intencionados e que ainda iludem as pessoas com suas fantasiosas

interpretações bíblicas.

Analisemos então, Zacarias 12 desde o início:

Zac 12:1

O peso da palavra do Senhor

acerca de Israel: Fala o S-nhor, o que

estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra e que formou o espírito

do homem dentro dele.

NOSSA PERGUNTA:

Acerca de quem é esse texto? É acerca de ISRAEL ou acerca de JESUS?

A resposta é óbvia: A passagem é acerca de Israel, e ninguém mais. Já no início

da palavra profética, temos informações claras sobre quem se trata. Não há

lugar aqui para fazermos com que a profecia diga respeito a outro personagem.

Zac 12:2

Eis que eu farei de Jerusalém um copo de atordoamento para todos os

povos em redor, e também de Judá, durante o cerco contra Jerusalém.

NOSSA PERGUNTA:

A passagem é ainda para cumprimento futuro ou já se cumpriu?

Jerusalém já foi colocada como “copo de atordoamento” para

todos os povos

em redor? O que significa a expressão, “copo de atordoamento” nesse caso?

Já houve o cerco contra Jerusalém?

SIMULAÇÃO DE POSSÍVEL RESPOSTA:

Você fez três perguntas, as quais respondemos agora: A passagem já se cumpriu,

e Jerusalém foi posta como copo de atordoamento durante o cerco romano

contra a cidade no ano 70 EC!

NOSSA RESPOSTA:

Bem, acredito que você esteja enganado, pois Jerusalém não foi posta como

“copo de atordoamento” para

todas as nações no ano 70 EC, e também de

acordo com Zac 12:3 (o próximo verso),

todas as nações virão contra

Jerusalém, e não apenas uma (Roma) como ocorreu no cerco do ano 70 EC.

Assim, a palavra ainda está para se cumprir.

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

(Nota: a expressão “copo de atordoamento” é usada como uma simbologia para

o

juízo divino, cf. Isa 51:22/Jer 25:15-17. O copo ou cálice é simbolicamente

cheio de bebida inebriante, que intoxica as nações fazendo-as sucumbir, não

podendo mais permanecer; Em Zac 12:2 a expressão anuncia o castigo e a

punição divina sobre os opressores de Israel)

Zac 12:3

Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos;

todos os que a erguerem, serão gravemente feridos. E ajuntar-se-ão

contra ela todas as nações da terra.

NOSSA PERGUNTA:

De acordo com a passagem acima, D-us fará fará de Jerusalém uma “pedra

pesada” para todas as outras nações, repetindo a mesma idéia da expressão

“copo de atordoamento”. A pedra pesada também transmite a idéia de “fardo”,

de alvo de pesadas preocupações e de grandes temores. É o que vemos hoje

diante de nossos olhos: Jerusalém e as disputas que a envolvem preocupam as

nações e faz com que a região seja sempre destaque nos noticiários.

Note agora a parte grifada do nosso texto: “

todos os que a erguerem, serão

gravemente feridos” >

Será que isso aconteceu algum dia no passado?

Aconteceu por acaso no ano 70 EC, quando Roma invadiu Jerusalém e a

destruiu completamente?

De forma alguma, pois o profeta Zacarias diz claramente que naquele dia

(quando a profecia se cumprir) todos os que tentarem erguer a “pedra pesada”

(Jerusalém) serão gravemente feridos (o hebraico diz, “cortados em pedaços”).

Sabemos que não foi isso que aconteceu com Roma no ano 70 EC quando

invadiu Jerusalém - muito pelo contrário. Logo, a profecia ainda está para o

futuro. A parte final do verso afirma que

todas as nações da terra se ajuntarão

contra Jerusalém naquele dia – fato que jamais ocorreu > mais uma evidência

de que essa profecia deverá ainda cumprir-se no futuro.

Zac 12:4

Naquele dia, diz o S-nhor, ferirei de espanto¹ a todos os cavalos, e de

loucura² os que montam neles. Mas sobre a casa de Judá abrirei os

meus olhos, e ferirei de cegueira³ todos os cavalos dos povos.

NOSSA PERGUNTA:

O que temos de acordo com o verso acima: um cenário de guerra, ou um cenário

de crucificação? É óbvio que temos aqui um cenário de guerra, onde todas as

nações formarão uma aliança para atacar Jerusalém, e isso não tem nada a ver

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

com crucificação. Já vimos anteriormente que tal cenário jamais ocorreu. Está

ainda no futuro.

No mesmo verso, notamos que o profeta afirma que D-us abrirá Seus olhos

sobre Judá > esta expressão significa “proteger”, “velar por alguém”, “cuidar”

conforme IRs 8:29/Nee 1:6 e Sal 32:8. O Altíssimo protegerá Judá (o povo

judeu), conferindo-lhe uma grande vitória sobre os opressores. Mais uma vez,

vemos que isso não aconteceu no ano 70EC, quando “Judá” ou o povo judeu, foi

derrotado por Roma.

Espanto¹

, loucura² e cegueira³ são os três tipos de pragas que cairão sobre os

opressores dos judeus naquele dia e também sobre os seus instrumentos de

guerra, notoriamente os mesmos tipos de pragas com as quais os israelitas

seriam feridos no caso de desobediência (Deu 28:28). Após ter bebido do cálice

de atordoamento e de ter sido ferido com as punições descritas aqui, o povo

judeu obterá vitória sobre os inimigos pois chega finalmente a hora da

retribuição prometida aos seus opressores (cf. Isa 51:22-23).

Zac 12:5

Então os chefes de Judá dirão no seu coração: Os habitantes de

Jerusalém são a minha força no S-nhor dos exércitos, seu D-us.

Os chefes de Judá (os dirigentes do povo judeu) confiarão na eleição divina de

Jerusalém, reconhecendo que sua força está justamente aí. Note que embora o

termo “

chefes de Judá” seja plural, a frase que dizem está no singular: “Os

habitantes de Jerusalém são

a minha força no S-nhor dos exércitos”. Isto será

importante na seqüência de nossa análise.

NOSSA PERGUNTA:

Por que embora use a expressão plural “chefes de Judá”, o profeta usa o singular

quando relata a frase que eles dizem?

Zac 12:6

Naquele dia porei os chefes de Judá como um braseiro ardente no meio

de lenha, e como um facho entre gavelas; e eles devorarão à direita e à

esquerda a todos os povos em redor; e Jerusalém será habitada outra

vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém.

Vemos nesse verso que o S-nhor os capacitará os chefes de Judá (os lideres do

povo judeu) com poder e força militar sem precedentes, destruindo os povos ao

redor que ameaçavam Jerusalém assegurando que a cidade permanecerá

habitada em seu próprio lugar.

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

NOSSA PERGUNTA:

A vitória do povo de D-us aqui ocorre pelas mãos dos chefes de Judá ou pela

intervenção de Jesus?

Se é pela intervenção de Jesus, por que D-us capacitaria os chefes de Judá com

grande poder? Quem devorará os povos ao redor à esquerda e à direita, como se

fosse um fogo –

os chefes de Judá, ou Jesus?

Zac 12:7

Também o S-nhor salvará primeiro as tendas de Judá, para que a

glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não se

engrandeçam sobre Judá.

A declaração de que o S-nhor “salvará primeiramente as tendas de Judá, para

que a glória da casa de Davi não se engrandeça sobre Judá” traduz o

pensamento de que a salvação das mãos do opressor ocorrerá de tal forma que

nenhuma parte da nação poderá se exaltar sobre a outra, e que essa redenção

será trazida não pela mão do homem, nem pelo poder humano, mas sim, por

virtude da intervenção objetiva de D-us na história do Seu povo. A expressão “as

tendas de Judá” significa na verdade, a fragilidade da nação como um todo.

Tendas ou cabanas são habitações temporárias, frágeis e que denotam fraqueza

e coisas passageiras. As cidades de Judá, frágeis e incapazes de se defenderem,

serão salvas primeiramente e Jerusalém logo em seguida.

Zac 12:8

Naquele dia o S-nhor defenderá os habitantes de Jerusalém, de sorte

que o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de

Davi será como D-us, como o anjo do S-nhor diante deles.

No conflito com as nações, o S-nhor defenderá aos habitantes de Jerusalém por

meio dos chefes de Judá como vimos anteriormente. Os fracos, designados em

hebraico como

hanikhshal, traduz a idéia de alguém que “tropeça” (cf. 1Sam

2:4), aquele que cai na batalha - estes se tornarão “como Davi”, o mais bravo

herói de Israel (cf. 1Sam 17:34., 2Sam 17:8). Os fortes, designados aqui como “a

casa de Davi”, serão como

Elohim (D-us) diante dos habitantes da cidade. Eles

agirão como o anjo do S-nhor que no passado ia adiante das hostes de Israel,

ferindo os egípcios e outros inimigos do povo de D-us (Exo 23:20; Jos 5:13). A

idéia básica aqui é a coragem e a valentia que tomará conta de todos da nação,

em especial de sua liderança. Ao dotar os habitantes da cidade de um poder

extraordinário e sobrenatural, D-us destruirá assim a todas as nações que

tentarem atacar Jerusalém.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Zac 12:9

E naquele dia, tratarei de destruir todas as nações que vierem contra

Jerusalem.

NOSSA PERGUNTA:

Isso já ocorreu, ou ainda vai acontecer? Será que D-us já tratou de destruir

todas as nações que vieram contra Jerusalém? As nações já sofreram a pesada

derrota profetizada aqui nos dias de Jesus? Será que algum dia no passado,

especificamente no tempo de Jesus, todas as nações da terra tentaram invadir

Israel ou destruir a cidade santa e o povo judeu? Gostaríamos que nos

mostrassem isso com evidências bíblicas e históricas, se possível.

Zac 12:10

Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém,

derramarei o espírito de graça e de súplicas;

e olharão para Mim a

quem traspassaram

, e prantearão por ele como quem pranteia pelo

único filho

; e haverá lamentação amarga por causa dele, como a

lamentação amarga pelo

primogênito.

NOSSA PERGUNTA:

Esta profecia já se cumpriu, ou está ainda para o futuro?

SIMULAÇÃO DE POSSÍVEL RESPOSTA:

“Sim, já se cumpriu” (Talvez citem João 19:37);

“O espírito foi derramado no dia de Pentecostes!”

NOSSA RESPOSTA:

Se tal profecia já se cumpriu como você acaba de afirmar, peço que nos explique,

examinando o resto do verso (Zac 12:10) se tudo o que ali está já se passou. Por

exemplo: (1) Já foi derramado o “espírito de graça e de súplicas” sobre a casa de

Davi e os habitantes de Jerusalém? Você pode provar isso pela mesma passagem

de João 19? Como isso se deu? Não vemos no relato de João ninguém recebendo

o “espírito de graça e de súplicas”; nem o povo, nem os acusadores de Jesus e

nem os soldados romanos! Aliás, o texto é claro que, ao contrário de se

lamentarem ou chorarem por ele, os soldados, assim como o povo e os

salteadores que com ele foram crucificados, escarneciam e zombavam dele (Mat

27:40-44/Mar 15:29-32/Luc 23:36-37). Parece isto com o comportamento de

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

alguém que recebeu o espírito de graça e de súplicas? Não parece ser isto que o

profeta Zacarias previu.

Note também que segundo o livro de Atos, o “espírito” foi derramado

não sobre

os habitantes de Jerusalém ou sobre a casa de Davi (como Zacarias disse que

ocorreria)! De acordo ainda com o livro de Atos, o “espírito” foi

supostamente

derramado sobre os que

criam em Jesus (At 2:1-4). Que lógica haveria em

pensar que

primeiro, os habitantes de Jerusalém receberiam o espírito, e

depois

é que se converteriam a Jesus, vendo o mesmo traspassado? Isso de

maneira alguma condiz com o que se anuncia no NT.

SIMULAÇÃO DE POSSÍVEL RESPOSTA:

Veja que muitas pessoas choraram quando Jesus foi crucificado (Luc 23:27)

NOSSA RESPOSTA:

Independente do fato de que certas pessoas tenham chorado na crucificação de

Jesus, o fato permanece: o pranto e o lamento a que Zacarias faz referência é

conseqüência

direta do derramamento do espírito de graça e de súplicas sobre o

povo, o que vimos NÃO ter ocorrido no dia da crucificação. Além disso, é

importante notar que no caso de Jesus, o choro e o lamento se dá

antes da

crucificação (Luc 23:27). Na profecia, o povo chora

depois de contemplar

aquele que foi traspassado (Zac 12:10), e como resultado

direto do

derramamento do espírito de graça e de súplicas sobre

toda a nação e não sobre

uma dúzia de pessoas. A casa de Davi está incluída assim como os habitantes de

Jerusalém e as famílias da casa de Natã, de Levi e de Simei e todas as demais

famílias, conforme Zac 12:11-14. Zacarias fala de choro e lamento por toda a

nação, e não só ali entre uma dúzia de pessoas. E como veremos, o choro e o

lamento NÃO é por terem rejeitado ou crucificado ninguém – não é então um

choro de “arrependimento” como sugerem os intérpretes cristãos. É na verdade,

um choro e lamento de

luto por aquele (os chefes de Judá, coletivamente)

que caiu traspassado na batalha.

De acordo com Ezequiel, quando será derramado o espírito sobre Israel?

QUANDO EU TORNAR A TRAZER DE ENTRE OS POVOS e os houver

ajuntado das terras de seus inimigos, e eu for santificado neles aos olhos de

muitas nações, Então saberão que eu sou o S-nhor seu D-us, vendo que eu os

fiz ir para o cativeiro entre os gentios, e os ajuntarei para voltarem a sua

terra, e não mais deixarei lá nenhum deles. Nem lhes esconderei mais a minha

face, pois DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE A CASA DE ISRAEL, diz o

S-nhor D-us.

(Eze 39:27-29)

O profeta Ezequiel afirma que primeiro, D-us tornará a trazer Israel dentre os

povos e

só depois derramará Seu espírito sobre Seu eleito. Ainda no próprio

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

livro de Ezequiel vemos que o Eterno “ressuscita” Israel, retirando-o de seus

“sepulcros” (símbolo do exílio), fazendo com que o povo se estabeleça e

depois

vem sobre ele o espírito (Eze 37:8-10). Assim, o peso da evidência

profética aponta para o fato de que Israel deve estar já congregado dentre os

povos para que só então o Eterno D-us envie sobre ele o Seu espírito. Logo,

perguntamos:

Isto de fato ocorreu nos dias de Jesus? Será que Israel (as doze tribos, Judá e

Israel) já estava congregado como povo nos dias do fundador do cristianismo?

Sabemos que não, pois apenas parte da tribo de Judá estava presente naqueles

dias. As outras tribos jamais estiveram congregadas por mais de 2700 anos. As

outras tribos, que constituíam o antigo reino do norte jamais retornaram e até

hoje encontram-se na dispersão – sem esquecer que algumas décadas depois de

Jesus, até mesmo o restante de Judá seria ainda disperso, quando da destruição

da cidade santa no ano 70 EC. Em resumo, a profecia ainda não se concretizou.

“Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o

espírito de graça e de

súplicas” –

Como vimos, isso só poderá ocorrer quando

da restauração completa do reino de Israel, conforme Jer 31:8-9 abaixo:

Eis que os trarei da terra do norte e os congregarei das extremidades da terra;

e com eles os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto juntamente;

em grande companhia voltarão para cá. Virão com choro, e com

súplicas os

levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito em que não

tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito.

“Olharão para Mim, a quem traspassaram”

(análise da passagem)

Para quem

olharão, segundo a profecia?

”...olharão para Mim”

– A resposta é “para Mim”; Sabemos aqui que quem

fala é o próprio D-us.

“a quem traspassaram”

– Naturalmente não poderíamos pensar no D-us

Eterno como sendo “traspassado”, mas nosso texto parece aludir a isso. No

entanto, isso soaria logicamente absurdo. Quanto a famosa frase, devemos

entender que TODO AQUELE QUE TOCA EM ISRAEL é como se tivesse

MALTRATADO E OFENDIDO o PRÓPRIO D-US (Zac 2:8/Deut 32:10). Os

servos de D-us sempre agiram em Seu nome, como Seus representantes (Ex

4:15-17/Mal 2:7/Is 42:1/49:3e 6). Entendemos então o que a frase quer dizer.

O que ocorrerá com muitos dentre o povo judeu naquele dia? Temos aqui o

contexto de uma batalha final, em que as nações buscarão eliminar Israel

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

[Jerusalém como centro do mundo judaico]. O S-nhor, entretanto, defenderá o

Seu povo (Zac 12:4-9) impondo uma pesada derrota às nações.

Todavia,

muitos dentre o povo perecerão como mártires na batalha antes da

intervenção divina

; perdas de vidas humanas são infelizmente normais

numa grande guerra.

O que diz Zacarias dois versos antes? (Zac 12:8)

Naquele dia o S-nhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o

que dentre

eles tropeçar

será naquele dia como Davi, e a casa de Davi será COMO

D-US

, como o anjo do S-nhor diante deles.

“Tropeçar” no texto significa “cair na batalha” (cf. Lev 26:37/Jer 20:11)

Como então serão considerados aqueles que tropeçarem? – Como Davi;

E a casa de Davi será “

como D-us”.

É por esta razão que o Eterno diz: “OLHARÃO PARA MIM a quem

traspassaram” – Traspassaram, como que por lança, na batalha. “

Para mim”,

pois Israel é a menina dos olhos de D-us, e naquele dia os valentes serão como

D-us (cf. Zac 2:8-10).

O povo, recebendo o “espírito de graça e de súplicas” pranteará por este SERVO

COLETIVO que caiu na batalha, chorando amargamente por ele, e suplicando o

favor divino para tirar-lhes do apuro e do aperto das nações. Assim, o Eterno

interfere (Zac 13:1-2/14:3-9) e a Era Messiânica tem início.

De acordo com a profecia, olhar para aquele que foi traspassado (o guerreiro e

servo coletivo que age em nome de D-us) é o mesmo que olhar para D-us, pois

naquele dia, os que tropeçarem serão como Davi e os da casa de Davi serão

como D-us. As nações inimigas ao ferirem o servo guerreiro da casa de Davi

estarão ferindo por extensão, o próprio Eterno pois aquele que atinge Israel

atinge por extensão a menina dos olhos de D-us.

Mas, por que o texto usa o singular “olharão para Mim, a quem traspassaram”,

sendo que a interpretação aponta para o plural, como sendo as vítimas que

caíram na batalha?

Lembra-se do texto de Zac 12:5 que estudamos anteriormente? Vemos ali os

chefes de Judá (os dirigentes do povo judeu), os quais confiarão na eleição

divina de Jerusalém, mas afirmarão que sua força está em seus habitantes.

Apesar de termos “

chefes” no plural, eles dizem no singular: “a minha

força...” – isso implica na aliança singular dos guerreiros judeus, que apesar de

muitos, pensarão sobre si mesmos como sendo um só homem – daí o uso do

singular “

a quem traspassaram”. Assim, os chefes de Judá (alguns deles) são

justamente os que cairão traspassados; eles serão entretanto “como D-us”

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

naquele dia, enfrentando valorosamente o inimigo e causando-lhes pesadas

baixas. Mas, um único deslize ocorre em meio ao calor da grande batalha: em

quem mesmo eles depositam sua confiança? A quem mesmo eles atribuem sua

força?

Então os chefes de Judá dirão no seu coração:

Os habitantes de Jerusalém

são a minha força

no S-nhor dos exércitos, seu D-us.

(Zac 12:5)

Os chefes de Judá, apesar de atuarem bravamente na batalha, cometem o

deslize de atribuir sua força aos “habitantes de Jerusalém”, relegando o Eterno a

segundo plano, como vemos pela continuação do verso. A força de Davi e de

outros valentes de Israel não era o povo de Jerusalém ou de qualquer outra

cidade ou nação; não era nem mesmo os potentes cavalos e destros guerreiros

experientes no arco e na lança; a força de Israel foi, é e sempre será o Eterno,

seu D-us e ninguém mais (Exo 15:2/Sal 28:7-8).

Ao olharem para aqueles valentes caídos na batalha e perceberem que os

mesmos foram “traspassados” pelo inimigo, a nação como um todo (“a casa de

Davi e os habitantes de Jerusalém”), imbuída do espírito de graça e de súplicas,

estará na verdade ‘olhando” para D-us – e chorarão envolvidas pela dor do luto

pelo valente servo coletivo morto na guerra brutal.

Todo esse cenário reflete outro episódio da história judaica, quando o justo e

bom rei Josias acabou caindo na batalha contra o faraó Neco, em Hadad-

Himmon, no vale de Megidom. Josias era justo (assim como inferimos dos

chefes de Judá); todavia, Josias cometeu um deslize (assim como os chefes de

Judá em questão irão cometer), e saiu à batalha contra o faraó Neco, no vale de

Megidom. Ali, ele caiu traspassado pelas flechas inimigas. O povo enlutado

chorou amargamente pelo seu rei, no mesmo vale onde futuramente se ouvirá o

lamento fúnebre pelos valorosos líderes judeus (II Cro 35:20-25).

“como quem pranteia pelo único filho; e haverá lamentação amarga por causa

dele, como a lamentação amarga pelo primogênito”

– Finalmente, o “único

filho” e o “primogênito” em Zac 12:10 são mencionados no contexto de um

filho

único recém-falecido

ou de um primogênito recém-falecido. Se os

cristãos concordarem que essa profecia ainda está para o futuro, não faria

sentido que os habitantes de Jerusalém chorassem de

luto por alguém que teria

morrido a dois mil anos. Não seria um choro de luto como atesta o original

hebraico, mas sim, um choro de arrependimento. A referência aqui é a qualquer

filho único, qualquer primogênito, e não temos nomes ou maiores detalhes ou

especificações sobre ninguém. Dar nomes ou dizer que fulano cumpriu isso ou

aquilo não passa de especulação barata, visto que os termos empregados são

genéricos e não específicos.

Como isso poderia ser referência a Jesus? Embora o NT mencione certas

pessoas que teriam chorado por Jesus, isso teria ocorrido como dissemos,

antes

de sua morte. Entretanto, nosso texto (Zac 12:10) usa o termo hebraico

misped¹

que significa “choro por luto”, e esse “choro por luto” se estenderá por toda a

10

עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

nação. Ora,

ninguém chora enlutado por alguém que estava ainda para

morrer, mas sim por alguém que já morreu ou que acaba de morrer

!

Além disso, o texto de Zac 12:10 afirma que o choro e o lamento será como o de

alguém que perde um filho único ou o primogênito. Pode alguém ser

filho

único

e primogênito ao mesmo tempo? Se alguém é filho único isso significa

que não tem irmãos, logo o título de primogênito (

primeiro gerado) não lhe

cabe; se alguém é primogênito, é lógico que o mesmo tem irmãos que nasceram

depois dele. Ninguém pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, e assim nosso

texto não pretende usar as palavras literalmente. A ênfase do profeta está na

intensidade do clamor, do lamento e luto que se espalhará por todo o Israel – a

dor será grande,

como a dor daquele que perde um filho único ou como a dor

daquele que perde um primogênito. A palavra em destaque aqui (“como”) indica

comparação, ou seja, a ação de considerar a relação entre as pessoas ou coisas a

fim de descobrir suas

semelhanças ou diferenças.

¹ O termo

 

misped (choro por luto) é usado com o mesmo sentido em Gen 50:10/Jer 48:38.

Zac 12:11

Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de

Hadad-Rimom no vale de Megidom.

Após a morte dos valentes líderes da casa de David que seriam “como D-us”, de

acordo com a visão, os habitantes da terra de Israel chorarão amargamente,

enlutados pelos seus valorosos que caíram na batalha. Aqui, Zacarias alude ao

grande pranto e luto que ocorreu no passado quando da morte do rei Josias, ele

também da casa de Davi (II Cron 35:20-25). Assim como o rei Josias tombou

morto no vale de Megidom, também no futuro muitos guerreiros perecerão no

mesmo vale, e os judeus olharão para os que tropeçaram no feroz combate como

se fossem um só, e entenderão que os valentes da casa de Davi serão “como Dus”

– daí o texto dizer, “Olharão para Mim (

os líderes mortos, comparados ao

próprio D-us

) a quem (os inimigos de Israel) traspassaram”.

Hadad-Rimon era uma cidade ao norte de Israel, situada na região onde hoje

localiza-se a Galiléia, entre as cidades de Megido e Taanach. A cidade manteve

esse nome até a dominação romana, quando passou a chamar-se

Maximianopolis, no campo de Megido onde o rei Josias foi abatido por ordem

de Neco, faraó do Egito. O nome antigo da cidade foi entretanto preservado

pelos habitantes árabes do local, desde os dias da invasão islâmica no séc. VII

EC. Seus moradores chamam-na aldeia de

Rumuni, que lembra o hebraico

Rimon

. O grande pranto dos enlutados pelos guerreiros caídos na futura grande

batalha se assemelhará àquele em memória ao bom rei Josias e ocorrerá no

mesmo local, em Hadad-Rimon, no vale de Megidom.

Zac 12:12

11

עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

E a terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de

Davi à

parte, e suas mulheres à parte; e a família da casa de

Natã à parte, e

suas mulheres à parte;

Zac 12:13

a familia da casa de

Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família de

Simei

à parte, e suas mulheres à parte;

Zac 12:14

todas as demais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte.

Cabe salientar mais uma vez e antes de mais nada, que o termo “

prantear

usado pelo profeta é derivado da raiz

saped que indica “choro por luto” – o

que seria natural aqui, visto que de acordo com o contexto, os judeus estarão de

luto pelos valentes caídos na batalha, naquele mesmo dia;

Certamente não

estarão chorando por “arrependimento” pelo fato de terem rejeitado

Jesus ou a qualquer outro falso Messias. Se fosse choro por

“arrependimento” a palavra hebraica seria outra e o contexto de

todo o capítulo seria outro. Além do mais, já que a passagem se

cumprirá no futuro, os cristãos devem explicar como alguém pode

chorar por luto em relação à alguém que morreu a mais de dois mil

anos – que espécie de “luto” seria esse que duraria mais de dois mil

anos?

Percebemos assim que Zac 12 não é uma passagem “messiânica” (que

diga respeito ao Messias), se bem que todo o texto faça alusões diretas ao início

da

Era Messiânica. São passagens que não identificam-se com o Messias

propriamente dito, mas sim, com a inauguração do reino messiânico – até

porque nosso texto está repleto de referências ao choro, ao lamento e ao luto,

termos esses que em nada se parecem com o surgimento do Messias que será rei

vitorioso, cheio de triunfo e de glórias. Além do mais, todo o contexto de Zac 12

fala de morte e luto – mas nada há que indique “ressurreição” para que

possamos ligá-lo ao que prega o cristianismo acerca de Jesus. Se Zac 12 é uma

alusão a Jesus, então o mesmo morre e não “ressuscita”, pois não há uma linha

sequer na profecia que sugira tal possibilidade. A dor e o lamento (de luto e não

de arrependimento) continuam até o final do capítulo. Não há como fugir da

questão pois a palavra empregada aqui pelo profeta diz exatamente isso. Todo o

choro do povo tem a ver com costumes de luto entre os judeus.

Convém notar os nomes em destaque nos versos citados acima:

Davi, Natã,

Levi

e Simei. A menção desses nomes nos versos 12-13 pretende demonstrar a

abrangência do lamento e do luto pela morte dos heróis na grande batalha. Davi

representa a

casa real; Natã representa os profetas, Levi é o pai da casa

sacerdotal

e Simei alude aos guerreiros (ou aliados da casa de Davi). (II Sam

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עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

5:3/II Sam 7:2/Deu 21:5/IRs 1:8) – em resumo, todo o Israel lamentará por

meio do luto a queda de seus heróis na grande batalha predita por Zacarias.

RESUMO DOS CAPÍTULOS 13-14

Mas, apesar do tom melancólico e triste em que termina Zac 12, percebemos na

seqüência uma mensagem de salvação e regeneração. A batalha anunciada no

capitulo 12 será de fato grandiosa, e as nações sofrerão terríveis baixas em seus

contingentes militares; os chefes de Judá atacarão o inimigo com ferocidade e

heroísmo inimaginável, mas por depositarem sua confiança não primeiramente

em D-us, eles cairão na batalha. O clamor que então se sucederá encherá de luto

toda a terra de Israel.

No capítulo 13, a graça divina estabelece uma “fonte aberta” contra o “pecado e a

impureza” para “a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém”. Serão

extirpados num só dia os falsos profetas e o espírito de impureza e idolatria. E

ninguém mais se vestirá ao estilo dos profetas antigos (com peles de animais)

para mentir e enganar; e aquele que insistir na prática da falsa profecia será

morto. A figura usada para exemplificar o

falso profeta aqui é a de alguém

que veste manto de pêlos e a de um camponês traspassado nas mãos! (Zac 13:1-

6). Sabemos que João Batista usava um manto de pêlos e que Jesus teria sido

traspassado nas mãos, sendo ambos até os dias de hoje tidos como falsos

profetas pelo judaísmo. O paralelo é interessante e os adoradores de Jesus

devem explicar por quê o profeta Zacarias usa uma imagem tão clara, tão vívida

que em tudo lembra João Batista e Jesus – só que Zacarias não parece em nada

lhes favorecer, pois a referência aqui é aos

falsos profetas!

O capítulo 14 alude à última e maior das batalhas da grande guerra que se inicia

no capítulo 12. As nações inimigas parecem marchar do norte (do vale de

Megidom) até o sul, ao vale de Cedron (Kidron), em frente à cidade santa, no

seu flanco oriental. Jerusalém é saqueada e parte da população é expulsa da

cidade; é aí que então o Eterno D-us intervém na história de Seu povo, e infringe

pesadas punições sobre os opressores de Israel. As nações são derrotadas e o seu

remanescente reconhecendo a soberania messiânica trarão a Jerusalém toda

sorte de tesouros e tributos, devendo subir de ano em ano para celebrarem a

Festa das Cabanas (Sukkot). Assim, vemos todo o Israel congregado e

reunificado e as nações remanescentes de uma extremidade a outra da Terra

servindo ao único D-us vivo, vindo buscar em Jerusalém e em Sião o

conhecimento das coisas eternas. “Naquele dia” – diz o profeta, - “só um será o

S-nhor, e só um será o Seu Nome”.

Este trabalho é uma adaptação do estudo “A Piercing Look at a False Claim - Zechariah 12:10”

do Prof. Yosef Uriel, da Universidade Hebraica de Jerusalém disponível no site

www.messiahtruth.com

Fontes Bibliográficas (obras usadas neste estudo)

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Tanach (Bíblia Hebraica), The London and Foreign Bible Society

Jewish Press Bible (Bíblia Judaica – edição americana)

Talmud da Babilônia, Soncino Press.

Dicionário da Bíblia, John D. Davis (JUERP)

História de Israel, Martin Metzger (Ed. Sinodal)

Autor: João Maria Alves Correia

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