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O Princípe Messiânico em Ezequiel
O Princípe Messiânico em Ezequiel

 

עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

O “PRÍNCIPE” MESSIÂNICO EM EZEQUIEL

QUEM É?

עץ החיים

ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

O “Príncipe” de Ezequiel – Quem é?

I. Introdução

A idéia de que o futuro rei da linhagem de Davi, o Messias será uma

pessoa de carne e osso parece perturbar muito os cristãos e os

missionários em geral; afinal de contas, se Jesus é o Messias ele não é

uma pessoa comum de acordo com a crença cristã tradicional, mas sim,

um ser híbrido – meio humano, meio divino. Entretanto, mesmo sendo

parte humano, Jesus não poderia ter filhos (segundo afirmam) e sendo

alegadamente parte divino, ele não poderia cometer iniqüidades.

Nesse estudo, um dos personagens centrais da segunda parte do livro de

Ezequiel (caps. 40-48), chamado de “príncipe” [

 

נ שָ יִא (nasí)] será estudado

e identificado. Nosso foco será esse personagem que aparece várias vezes

no livro de Ezequiel nas seções onde o profeta apresenta os eventos que

ainda ocorrerão durante a Era Messiânica, dando ênfase à reedificação do

Templo sagrado em Jerusalém, seus serviços rituais e outros fatos

relevantes relacionados ao advento dos Dias do Messias.

II.

Uso do termo נ שָ יִא (nasí) na Bíblia Hebraica

O substantivo

 

נ שָ יִא (nasí) ocorre cerca de 130 vezes no texto hebraico

das Escrituras, em várias declinações tanto no singular

 

נ שָ יִא (nasí),

quanto no plural

 

נ שְ יִא יִם (nesiim)¹. Dessas 130 vezes em que o vocábulo

ocorre na Bíblia Hebraica, 37 estão no livro de Ezequiel. A palavra

 

נ שָ יִא

(

 

nasí) pode ter várias traduções mas todas elas sempre descrevem alguém

com autoridade, desempenhando um papel de liderança. Eis algumas das

possíveis traduções: cabeça ou chefe de uma tribo, líder de uma

comunidade, chefe de estado (p.ex., um governante, um rei, etc). No

hebraico moderno,

 

נ שָ יִא (nasí) significa “presidente” (seja de uma

organização, entidade ou nação). Um sinônimo de

 

נ שָ יִא (nasí) no hebraico

bíblico é o termo

 

נ גָ יִד (nagid), encontrado 44 vezes na Bíblia Hebraica,

uma das quais se acha no livro de Ezequiel, em referência ao rei de Tiro

(cap. 28:2). A tabela II.1 mostra o substantivo

 

נ שָ יִא (nasí) como o mesmo

aparece por toda a Bíblia Hebraica:

¹ Há também uma outra aplicação do plural

 

נ שְ יִא יִם (nesiim), tanto no hebraico

bíblico quanto no moderno. Em alguns casos, o termo significa “nuvens de chuva”

como ocorre em Jer 10:13; 51:16; Sal 135:7; Pro 25:14. Essas quatro referências

não serão consideradas nesse estudo.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Tabela II.1 – Aplicações do termo נ שָ יִא (

 

nasí) na Bíblia Hebraica

Livro judeus

? reis chefes

de tribo

outros

chefes

outras

pessoas

chefes

gentios

TOTAL

Gênesis 1 3 4

Êxodo 3 1 4

Levítico 1 1

Números 61 1 62

Josué 12 1 13

1 Reis 1 1 2

Ezequiel1-39 8 1 8 17

Ezequiel 40-48 17/1 2 20

Esdras 1 1

I Crônicas 3 1 4

II Crônicas 2 2

Total 18 11 84 2 2 13 130

Os dados que obtemos à partir da tabela acima demonstram (com exceção

das 18 referências listadas sob “?”) os seguintes fatos:

·

 

O uso mais comum para o termo נ שָ יִא (nasí) na Bíblia Hebraica é em

relação aos chefes de tribos ou clãs israelitas. Há 84 ocorrências.

·

 

As únicas aplicações de נ שָ יִא (nasí) a um monarca judeu ocorrem em

I Reis (uma vez) e em Ezequiel (10 vezes). O termo nunca é usado em

relação ao rei na Torá ou nos demais livros.

·

 

Ezequiel usa o termo apenas uma vez em relação aos chefes de tribos

e oito vezes em relação aos líderes gentios.

III. O “Príncipe” em Ezequiel 40-48

Em hebraico um substantivo pode assumir formas diferentes dependendo

da preposição que o antecede ou caso o mesmo venha ou não

acompanhado de artigo definido (o, a, os, as). Em Ezequiel 40-48, o

vocábulo

 

נ שָ יִא (nasí) aparece ligado ao artigo definido ה (ha-), que

significa “o” e também com a preposição

 

ל (la-) que significa “para”, “por”

ou “pelo”. Ainda ocorrem casos em que a palavra

 

נ שָ יִא (nasí) é precedida

por uma dessas duas preposições e também pela conjunção

 

ו (-),

traduzida normalmente como “e”. Há ainda uma única ocorrência de

 

נ שָ יִא

(

 

nasí) sem artigo ou preposição – nesse caso, traduz-se como “um

príncipe”. A tabela III.1 mostra como o termo aparece em Ezequiel 40-48,

em todas as formas descritas acima.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Tabela III.1 – Formas do termo נ שָ יִא (

 

nasí) no Livro de Ezequiel

Hebraico Pronúncia Tradução # Referências

ה נַ שָ יִא

ha-nasi O príncipe 9 44:3; 45:17,22;

46:2,4,8,12,16,18

ו הְ נַ שָ אִ

veha-nasi E o príncipe 1 46:10

ל נַ שָ יִא

la-nasi para o príncipe 6 45:16; 46:17; 48:21 (2 x);

48:22 (2 x)

ו לְ נַ שָ יִא

vela-nasi E para o príncipe 1 45:7

נ שַ יִא

nasi um príncipe 1 44:3

TOTAL 18 Ezequiel 40-48

Agora, já estamos capacitados a buscar pistas para identificarmos o

“príncipe” ao qual o profeta Ezequiel faz referência.

A. A Busca pelas Pistas

Todas as referências mostradas na tabela III.1 acima são analisadas no

estudo à seguir. Para fins de clareza e precisão, toda vez que alguma

forma do termo

 

נ שָ יִא (nasí) ocorrer em nossa análise, a mesma será

destacada com um realce assim, na cor verde.

A primeira pista que temos para identificarmos corretamente quem é o

“príncipe” mencionado por Ezequiel encontra-se no

 

contexto dos capítulos

40-48. Esses capítulos finais do livro descrevem com amplos detalhes um

dos eventos mais marcantes da Era Messiânica, ou seja, a reedificação do

Templo sagrado em Jerusalém. Logo,

Pista # 1 – O “príncipe” é alguém que viverá na Era Messiânica

A primeira ocorrência do termo

 

נ שָ יִא (nasí) nesta porção de Ezequiel

(caps. 40-48) pode ser encontrada em Eze 44:3. Este verso em particular

apresenta também a única ocorrência do termo sem artigo e sem

preposição, como demonstrado na tabela III.1, acima:

Ezequiel 44:3

 

“O príncipe, por ser ele um príncipe, se assentará ali para

comer pão na presença do Eterno. Ele entrará pelo caminho do pórtico

do portão, e pelo mesmo caminho sairá”

Esta passagem é parte da visão que Ezequiel teve acerca do Terceiro

Templo. Ele descreve o Portão Oriental, onde antes havia estado (Eze

44:1), o qual fechou-se em definitivo após ter por ele entrado a

 

Shekhiná, a

glória de D-us (Eze 44:2). Aprendemos à partir do texto citado acima que o

“príncipe” devido à sua exaltada posição, tem permissão para acessar o

interior do pórtico (ou, vestíbulo) do portão oriental do Templo a fim de ali,

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

“comer pão” na presença do S-nhor D-us. A frase “comer pão” significa

participar da refeição sacrificial, ou simplesmente, comer da carne dos

sacrifícios. Linguagem semelhante a essa onde “pão” refere-se aos

sacrifícios pode ser encontrada em Lev 3:11; 21:6 e Num 28:2, entre outros.

Contudo, nem mesmo ele pode acessar o Templo pelo portão oriental do

lado de fora; deverá entrar no pátio interno através das entradas norte ou

sul, para então ter acesso ao interior do pórtico do portão oriental. Assim,

encontramos nossa segunda pista:

Pista # 2 – O “príncipe” será alguém que devido à sua posição

exaltada, poderá participar da carne dos sacrifícios oferecidos no

Templo.

As duas passagens a seguir, tratam da porção de terra que pertencerá ao

“príncipe”, suas dimensões, formas e localização:

Ezequiel 45:7

 

“Para o príncipe, porém, será a parte deste lado e do

outro da área santa e da possessão da cidade, defronte da área santa

e defronte da possessão da cidade, tanto ao lado ocidental, como ao

lado oriental; e de comprimento corresponderá a uma das porções,

desde o termo ocidental até o termo oriental”.

Ezequiel 48:21-22

 

“O que restar será para o príncipe; desta e da outra

banda da santa oferta, e da possessão da cidade; defronte das vinte e

cinco mil canas da oferta, na direção do termo oriental, e para o

ocidente, defronte das vinte e cinco mil, na direção do termo ocidental,

correspondente às porções, isso será a parte para o príncipe; e a

oferta santa e o santuário do templo estarão no meio. A possessão

dos levitas, e a possessão da cidade estarão no meio do que for para o

príncipe. Entre o termo de Judá e o termo de Benjamim será a porção

que irá para o príncipe”.

A porção de terra destinada ao “príncipe” será de tamanho idêntico ao das

tribos, entendidas na divisão da terra como “porções”. Assim, como diz Eze

45:7, “de comprimento corresponderá a uma das porções” isto é, das tribos;

Na porção de terra concedida ao “príncipe” estará encravada a faixa de

terra correspondente às habitações dos sacerdotes levitas e o local onde

encontram-se Jerusalém e o santuário. A porção do “príncipe” fará fronteira

ao sul com Judá e ao norte com Benjamim. Assim, chegamos à terceira

pista:

Pista # 3 – O “príncipe” receberá uma porção de terra de tamanho

semelhante ao das demais tribos.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

As passagens abaixo demonstram que o “príncipe” desempenhará certas

funções características dos sacerdotes levitas:

Ezequiel 45:16-17 e 22

 

“Todo o povo da terra dará esta contribuição

para o príncipe de Israel. Tocará ao príncipe dar os holocaustos, as

ofertas de cereais e as libações, nas festas, nas luas novas e nos

sábados, em todas as festas fixas da casa de Israel. Ele proverá a

oferta pelo pecado, a oferta de cereais, o holocausto e as ofertas

pacíficas, para fazer expiação pela casa de Israel... E no mesmo dia o

príncipe proverá, por si e por todo o povo da terra, um novilho como

oferta pelo pecado”.

Ezequiel 46:4 e 12

 

“E o holocausto que o príncipe oferecer ao Senhor

será, no dia de sábado, seis cordeiros sem mancha e um carneiro sem

mancha;

 

(...) Quando o príncipe prover uma oferta voluntária,

holocausto, ou ofertas pacíficas, como uma oferta voluntária ao

Senhor, abrir-se-lhe-á a porta que dá para o oriente, e oferecerá o seu

holocausto e as suas ofertas pacíficas, como houver feito no dia de

sábado. Então sairá e, depois de ele ter saído, fechar-se-á a porta”

.

Será que isso quer dizer que o “príncipe” em questão deve ser um

sacerdote? Não, de forma alguma. Há outros registros na Bíblia Hebraica

que mostram reis desempenhando funções que são exclusivas dos

sacerdotes:

II Sam 6:14

 

“E Davi dançava com todas as suas forças diante do

Senhor; e estava Davi cingido dum éfode de linho”

.

II Sam 6:17

 

“Introduziram, pois, a arca do S-nhor, e a puseram no seu

lugar, no meio da tenda que Davi lhe armara; e Davi ofereceu

holocaustos e ofertas pacíficas perante o S-nhor”

.

I Rs 8:63-64

 

”Ora, Salomão deu, para o sacrifício pacífico que ofereceu

ao S-nhor, vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei

e todos os filhos de Israel consagraram a casa do S-nhor. No mesmo

dia o rei santificou o meio do átrio que estava diante da casa do Snhor;

porquanto ali ofereceu o holocausto, a oferta de cereais e a

gordura das ofertas pacíficas, porque o altar de bronze que está diante

do S-nhor era muito pequeno para nele caberem o holocausto, a oferta

de cereais, e a gordura das ofertas pacíficas”

.

I Rs 9:25

 

“E Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e ofertas

pacíficas sobre a altar que edificara ao S-nhor, queimando com eles

incenso sobre o altar que estava perante o S-nhor, depois que acabou

de edificar a casa”

.

Davi e Salomão, além de suas funções normais como reis de Israel também

desempenharam certas funções sacerdotais, ainda que as mesmas não

estivessem em pé de igualdade com aquelas demais responsabilidades

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

características do sacerdócio levítico. É certo deduzir que as funções

sacerdotais extraordinárias desempenhadas por Davi devem ser o modelo

ideal a ser seguido pelo rei de Israel, que além de soberano temporal

também deveria ser um elo de ligação entre o povo e seu D-us. Por certo, o

modelo inspirado em Davi e Salomão será seguido pelo “príncipe” no

Terceiro Templo.

Além das especificações detalhadas da forma que o “príncipe” deverá

entrar no Templo a fim de participar dos manjares e sacrifícios, Ezequiel

determina ainda que o “príncipe” entrará no santuário da seguinte forma

nos dias de Lua Nova e aos sábados:

Ezequiel 46:2 e 8

 

“E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da

porta, por fora, e ficará parado junto da ombreira da porta, enquanto

os sacerdotes ofereçam o holocausto e as ofertas pacíficas dele; e ele

adorará junto ao limiar da porta. Então sairá; mas a porta não se

fechará até a tarde (...) Quando entrar o príncipe, entrará pelo caminho

do vestíbulo da porta, e sairá pelo mesmo caminho”.

Enquanto que nos “tempos determinados”, isto é, nas festas fixas e feriados

sagrados (Lev 23), o “príncipe” entrará no Templo de uma forma diferente:

Ezequiel 46:10

 

“Ao entrarem eles, o príncipe entrará no meio deles; e,

saindo eles, sairão juntos”

.

Notamos por esses textos que o “príncipe” é alguém de fato muito

importante e especial; entretanto, nos dias das festas sagradas, ele deverá

estar misturado aos demais adoradores, algo que sem dúvida, faz parte da

função exaltada e honrosa de um líder. Chegamos assim à nossa quarta

pista:

Pista # 4 – O “príncipe” será alguém que ocupará um cargo de

liderança entre o povo judeu, e oferecerá sacrifícios POR SI MESMO e

também pelo povo.

Como notamos anteriormente, o “príncipe” receberá uma porção da Terra

de Israel, porção essa cujo tamanho será equivalente ao das tribos;

Vejamos agora, o que ele poderá fazer com essa terra:

Ezequiel 46:16-18

 

“Assim diz o S-nhor D-us: Se o príncipe der um

presente a algum de seus filhos, é herança deste, pertencerá a seus

filhos; será possessão deles por herança. Se, porém, der um presente

da sua herança a algum dos seus servos, será deste até o ano da

liberdade; então tornará para o príncipe; pois quanto à herança, será

ela para seus filhos. O príncipe não tomará nada da herança do povo

para o forçar para fora da sua possessão; da sua própria possessão

deixará herança a seus filhos, para que o meu povo não seja

espalhado, cada um da sua possessão”

.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Esta passagem nos fornece importantes informações acerca do “príncipe”.

Note, primeiramente, que ele terá

 

filhos, descendentes que receberão

herança dele, na forma de territórios. O “príncipe” não poderá dispor da

terra de outras pessoas para dar herança aos seus filhos ou para dar de

presente para algum servo seu. Os filhos do “príncipe” herdarão conforme o

território concedido ao seu pai, devendo ficar a terra em questão para

sempre como posse de seus descendentes e familiares. Observe ainda que

caso o “príncipe” queira dar um presente para um de seus servos em forma

de terra, a mesma deverá voltar como posse da família no ano do jubileu

(ou, “ano da liberdade”), conforme o costume exposto na Torá (Lev 27:24 e

25:10-13; 25:24-28).

Isso demonstra duas verdades: a Torá e suas ordenanças e mandamentos

estarão ainda em efeito mesmo na Era Messiânica, e o próprio “príncipe”,

mesmo sendo um alto dignatário judeu, estará ele mesmo sujeito e

submisso às mesmas ordenanças e mandamentos transmitidos por Moisés.

Chegamos assim à nossa quinta pista na identificação do “príncipe”:

Pista # 5 – O “príncipe” terá filhos e estará sujeito às Leis da Torá.

Até o momento coletamos cinco pistas que podem nos ajudar na

identificação do “príncipe” representado por Ezequiel como um grande vulto

que viverá durante a Era Messiânica. Essas cinco pistas poderiam ser

resumidas desta forma:

O “príncipe” será um

 

líder de Israel durante a Era Messiânica. Ele será

totalmente

 

humano, tendo filhos e recebendo como posse uma porção de

terra em volta da área do Templo. Ele terá alguns privilégios e obrigações

relacionados ao Templo e às suas funções, estando

 

sujeito às leis da

Torá

, desempenhando algumas atribuições exclusivas dos sacerdote,

inclusive

 

oferecendo ofertas pelo pecado, por si mesmo e pelo povo.

Mas apesar dessas evidências, será que poderíamos identificá-lo sem

nenhuma objeção com as provas que temos até o momento? Não, não há

como fazê-lo. Nós poderemos no máximo, reduzir as opções a talvez três

possibilidades, talvez. O “príncipe” poderia ser por exemplo, o sumosacerdote,

ou o Messias ou quem sabe ainda um alto dignatário judeu,

sobre o qual não temos maiores informações. Contudo, precisamos de uma

resposta mais precisa para a questão:

 

Quem é o “príncipe” descrito por

Ezequiel?

Uma identificação mais clara e específica se faz necessária.

B. Identificando o “Príncipe”

Os capítulos 40-48 de Ezequiel são nitidamente messiânicos. Mas, esse

não é certamente o único material messiânico no livro daquele profeta.

Outras passagens messiânicas aparecem ao longo dos capítulos anteriores

(1-39). A tabela III.B-1 mostra todas as passagens onde o termo

 

נ שָ יִא

(

 

nasí) ocorre na porção entre os capítulos 1-39, quando aplicado aos

monarcas judeus.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

Tabela III.B-1 – נ שָ יִא (

 

nasí) aplicado aos monarcas judeus em Eze 1-39

Heb. Pronúncia Tradução # Ezequiel Identificação

נ שָ יִא

nasi um príncipe 2 34:24/37:25 O Messias (Davi)

ה נַ שַ יִ

א

ha-nasi

o príncipe 1 12:10 Zedequias

ו הְ נַ שָ

יִא

v

 

e-ha-nasi

e o príncipe 1 12:12 Zedequias

נ שְ יִא

nesi príncipe de... 1 21:30 Zedequias

נ שְ יִאֵ

י

n

 

esiei

príncipes de... 3 19:1/21:17

22:6

Reis de Judá (*)

TOTAL 8 Eze 1-39

(*) Jeoiaquim, Zedequias e Jeoacaz.

Das oito passagens acima onde o termo

 

נ שָ יִא (nasí) ocorre, apenas duas

são messiânicas, à saber, Eze 34:24 e 37:25 e as outras estão dentro de

um contexto histórico. Essas duas passagens messiânicas serão

analisadas agora a fim de sabermos se elas contém informações adicionais

que possam nos ajudar a identificar o quem é o “príncipe” ou

 

נ שָ יִא (nasí),

conforme diz Ezequiel.

Ezequiel 34:23-24

 

“E suscitarei sobre elas um só pastor para as

apascentar, o meu servo Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de

pastor. E eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será

príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse”.

Ezequiel 37:24-25

 

“Também meu servo Davi reinará sobre eles, e todos

eles terão um pastor só; andarão nos meus juízos, e guardarão os

meus estatutos, e os observarão. Ainda habitarão na terra que dei a

meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; nela habitarão, eles e

seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo,

será seu príncipe eternamente”.

Esta última passagem faz parte da visão do vale de ossos secos, uma das

profecias mais precisas e plena de vívidas imagens relativas ao exílio e à

restauração do povo judeu, culminando com a vinda do “príncipe” cujo

protótipo ideal é “Davi”, descrito aqui como “servo de D-us”, já em plena Era

Messiânica. Ezequiel usa linguagem semelhante em ambas as passagens,

e as mesmas em muito se assemelham àquelas encontradas na segunda

seção do livro, correspondentes aos capítulos 40-48. As passagens

analisadas tratam da dignidade de alguém que detém o poder político e

espiritual. O Messias deve cumprir exatamente essas duas funções pois

seu papel será duplo dentro do programa messiânico, ou seja, ele deve ser

um grande guia espiritual além de ser naturalmente um chefe de estado.

Ele será o pastor que guiará Israel, e Davi é o protótipo, o modelo perfeito

para essas funções. Vemos também que ambas as passagens trazem no

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)

original o termo

 

נ שָ יִא (nasí), o qual foi estudado detalhadamente. O termo

caracteriza “Davi”, uma referência muito comum usada em relação ao futuro

libertador de Israel, o Messias.

C. Breve Refutação de Argumentos Cristãos

Sabemos que os cristãos acreditam que Jesus ( יש`ו ) era o Messias predito

nas Escrituras Hebraicas. Entretanto, ao analisarmos o príncipe messiânico

da profecia de Ezequiel surgem problemas intransponíveis para a doutrina

cristã que dificilmente conseguirá conciliar o programa divino para o

Messias com aquilo que (supostamente) se deu na vida de Jesus, bem

como com tudo o que pregou ou que teria sido pregado por seus imediatos

seguidores. Por exemplo:

1. Aprendemos que o príncipe messiânico será um ser humano normal, e

não D-us – até porque ele mesmo prestará culto a D-us no Templo (Eze

46:9-10). Não é isso o que se diz de Jesus, visto que grande parte dos

cristãos cultuam a Jesus como se fosse uma espécie de “deus”.

2.

Nos dias do príncipe messiânico, o Templo será reedificado e funcionará

conforme o prescrito na Lei de Moisés, incluindo ofertas para expiação

do pecado, as quais serão oferecidas normalmente tanto pelo povo

quanto pelo próprio príncipe! (Eze 45:22-23); Jesus disse que o culto a

D-us não estaria mais centrado no Templo, em Jerusalém; o NT diz que

Jesus aboliu o sistema sacrificial levítico, cumprindo-o em todas as suas

minúcias. Jesus também acreditava não ter pecado algum, e cristão

algum admitiria a hipótese de vê-lo oferecendo sacrifícios por si mesmo.

Logo, como isso poderia ser aplicado a Jesus?

3. O príncipe messiânico segundo Ezequiel, terá filhos – segundo o NT,

Jesus não teve filhos e desaconselhava o casamento.

4.

O príncipe de Ezequiel oferecerá sacrifícios como dissemos

anteriormente – mas tais sacrifícios serão de acordo com o sacerdócio

levítico, e não segundo uma suposta “ordem de Melquisedeque” como

se afirma acerca de Jesus.

5. O príncipe receberá uma porção da Terra de Israel como parte de seus

privilégios de Messias, a qual poderá passar em herança aos seus

filhos. Nada se diz no NT sobre Jesus recebendo terras em Israel e

muito menos passando-a para seus “filhos” que nem mesmo existem ou

existirão.

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ÁRVORE DA VIDA

“É árvore da vida para aqueles que a ela se apegam” (Prov 3:18)